O Príncipe Siddhartha Gautama
Antes de entender Buda.. é preciso entender o que é Meditação..
Meditação é Liberdade... é Luz... que entra em casa...
Meditação é uma palavra ilimitada... porque te conduz ao Ilimitado!
"Meio milênio antes de Cristo, o príncipe hindu Sidarta
Gautama deixou seu luxuoso palácio e sua família para seguir os passos
da mendicância, do jejum, da meditação. E acabou criando uma religiãoque crê no homem e que, hoje, influencia cada vez mais pessoas no Ocidente. Com você, a fascinantehistória de Buda e de sua doutrina.
...Índia
em ebulição espiritual que surge Sidarta Gautama, o Buda. Ele nasceu em
563 a.C. em Lumbini, aos pés do Himalaia, em uma região que hoje
pertence ao Nepal. Era um aristocrata, da casta ksatrya, a dos
guerreiros e governantes. Seu pai, Shudodhana, era o rei do clã dos
sakyas. Vem daí o outro nome pelo qual Sidarta se tornaria conhecido:
Sakyamuni, ou “o sábio silencioso dos sakyas”. O pai de Sidarta, temendo
que se cumprisse uma profecia segundo a qual ele se tornaria um homem
santo, cercou-o de luxos e prazeres, acreditando que se o mantivesse
ignorante sobre o sofrimento do mundo, iria afastá-lo do caminho
espiritual. Sidarta tinha um palácio para o inverno, outro para o verão e
um terceiro para a época das chuvas. Na adolescência, vivia cercado por
belas moças, ocupadas em diverti-lo em seus aposentos decorados com
sugestiva arte erótica. Aos 16 anos, escolheu-se uma noiva para ele, a
bela Yashodhara, com quem teria um filho, Rahula.
Pouca
coisa mudaria na sua vida até os 29 anos. Apesar de todo o luxo,
Sidarta sentia-se infeliz. Certo dia, contra a vontade do pai, saiu para
passear fora do palácio e se surpreendeu com quatro cenas que o
tirariam para sempre daquela vida de prazeres. Primeiro, viu um velho
arqueado, de pele enrugada, movendo-se com dificuldade. Depois, avistou
um doente que sofria dores terríveis. Mais tarde, cruzou seu caminho um
cortejo fúnebre. Um morto era carregado por amigos e parentes que
choravam sua perda. Foi um choque e tanto para alguém que sempre vivera
protegido, sem se dar conta de que tudo que nasce também se degenera,
envelhece e morre. “A imagem que temos de Sidarta Gautama pelas antigas
escrituras é a de um jovem às voltas com problemas existenciais,
angustiado por questões ligadas ao mistério da vida”, diz o monge
brasileiro Nissin Cohen, que traduziu para o português o Dhammapada, uma
das mais importantes escrituras budistas.
A
quarta visão do passeio de Sidarta foi um mendigo errante, esmolando
por comida. Apesar da sua pobreza, tinha porte ereto, feições radiantes e
expressão de profunda serenidade. Sidarta determinou-se a também
abraçar uma vida santa e a buscar uma resposta para o sofrimento que viu
no mundo. Uma decisão como essa não era tão incomum na Índia daquela
época. Acreditava-se que somente quando se abandona a vida doméstica e
os laços afetivos para tornar-se um eremita ou andarilho é que se
conseguem as respostas para a busca espiritual. Essa busca tinha um
objetivo específico. A maioria da população indiana acreditava em alguma
forma de renascimento ou transmigração, em um ciclo interminável que
começa no nascimento, passa para a velhice, a morte e recomeça em novo
nascimento. O ideal que todos desejavam era algo capaz de pôr fim a esse
ciclo, que pudesse libertar o espírito desse movimento circular.
Sidarta
abandonou o palácio enquanto todos dormiam. Saiu de fininho, sem ao
menos se despedir da mulher e do seu pequeno filho. O príncipe logo
aprendeu a dormir no chão e a esmolar por comida. Além da mendicância, a
vida de filósofo-andarilho (ou sramana) incluía práticas de meditação.
Na sua busca, ele se aproximou de dois famosos mestres e rapidamente
chegou aos últimos estágios de absorção contemplativa propostos por
eles. Mas ainda não atingira a suprema realização que buscava.
Dedicou-se então à automortificação. As práticas ascéticas são comuns às
formas primitivas da maior parte das religiões, inclusive no Judaísmo,
Cristianismo e Islamismo. O que está por trás da autoflagelação é a
idéia de que um rígido controle dos sentidos desenvolve a autodisciplina
e transfere o máximo de energia corporal para a atividade mental.
Durante
seis anos, Sidarta experimentou privações e dores. Mudou radicalmente a
alimentação, ampliando o período entre as refeições. De uma por dia,
passou a uma a cada dois dias, três, quatro, até alimentar-se somente a
cada 15 dias. Depois, diminuiu a quantidade até chegar à ração diária de
um único grão de arroz. Simultaneamente, fazia experiências
psicológicas, analisando em si mesmo certas emoções que, acreditava, só
poderia eliminar completamente se as observasse em profundidade. Para
analisar o medo e meditar sobre a impermanência, passava noites deitado
entre cadáveres e esqueletos num cemitério. Ainda assim, não alcançara
sua realização final. O próprio Sidarta descreve os efeitos dos jejuns:
“Quando eu pensava estar tocando a pele do meu abdomem, era a minha
coluna que eu segurava”. Abandonou essas práticas quando já era quase só
pele e ossos. Sua experiência provou que a autoflagelação embota a
mente em vez de favorecê-la.
Ele
intuiu, então, que o caminho para a libertação não estava nos excessos
de ascetismo, nem nos da sensualidade, mas em um ponto de equilíbrio
entre eles. Vem daí a expressão “caminho do meio”, um dos pilares do Budismo.
Sidarta
voltou a comer. Segundo conta-se, uma porção de arroz e leite oferecida
por uma jovem que o encontrou quase morto à beira de um rio. Dias
depois, recuperado, preparou um assento de capim sob uma figueira – que
ficaria conhecida como a árvore bodhi, ou árvore da iluminação – na
região de Bodhgaya, no norte da Índia. Decidiu então que ou atingiria a
iluminação ali ou morreria. Mesmo para um alto praticante como ele,
surgiram obstáculos. Alguns relatos os descrevem na forma de tentações e
demônios, como Mara, deus indiano da morte. São imagens que simbolizam
os obscuros medos reprimidos, fragmentos de memória, dúvidas, fantasias e
outros conteúdos mentais tão persistentes e familiares a quem já tenha
tentado alguma prática meditativa. Sidarta transpôs esses obstáculos e,
serenamente, dominou todos os estágios de meditação. Como fez isso? As
escrituras dizem apenas que ele permaneceu imóvel diante das investidas
de Mara. Mas há uma pista nas técnicas para lidar com esses conteúdos
mentais.
Uma
delas é a meditação de ponto único. Nela, a observação concentra-se em
um objeto específico (a respiração, por exemplo), controlando ou
suspendendo temporariamente o fluxo dispersivo de pensamentos.
Assim, Sidarta tornou-se um Buda numa noite de lua cheia no mês de maio..."
Os Versos de Fogo de Buda
"Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo."
"Sua tarefa é descobrir o seu trabalho e, então, com todo o coração, dedicar-se a ele."
"É capaz quem pensa que é capaz."
"A paz vem de dentro de você mesmo. Não a procure à sua volta."
"Persistir na raiva é como apanhar um pedaço de carvão quente com a intenção de o atirar em alguém. É sempre quem levanta a pedra que se queima."
"Só há um tempo em que é fundamental despertar. Esse tempo é agora."
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